Cidade que inspirou uma bela canção do Milton Nascimento, Itamarandiba
tem uma "força estranha", só para citar mais uma canção de outro
grande mestre da MPB.
Quem chega como a gente chegou e vai direto ali à Praça dos
Agricultores, atrás do Mercado Municipal onde a gente iria se
apresentar, talvez sinta essa força com maior intensidade.
Principalmente se chega com o olhar meio desavisado, querendo
encontrar belezas que são mais óbvias ou mais encontráveis em outros
lugares, com sede e fome de turista. Aí tem que sair um pouco mais
para ver, por exemplo, o belo conjunto arquitetônico em torno ao
sobrado da antiga prefeitura, com outros casarões e a singela
igrejinha colonial e as várias outras casas do tempo das minas que se
incrustam entre outras modernas.
No entanto, a força maior vem de uma atmosfera sertaneja (no melhor
sentido da palavra: ali vi, num relance - e num delírio - Riobaldo
Tatarana comprando laranjas no mercado para Diadorim) que a cidade
tem. Havia por todo lado cavalos e cavaleiros e "cavalgadas" (um
costume que a gente viu em muitas outras cidades, uma espécie de
torneio e cortejo equestre, como as cavalhadas). Aliás, outra coisa que
deu para perceber de forma muito presente eram as "festas dos
ausentes", em quase todas as cidades havia divulgação de alguma. A
"Festa do Capelinhense Ausente", por exemplo, tinha um cartaz muito
expressivo: uma foto de uma toalha de mesa de um café da manhã em que
faltava um xícara, simbolizada por uma marca que o tempo havia
deixado. Representa a paixão que este povo do Vale tem com sua terra e
a vontade de retornar, sempre que pode. Muito bonito....
O clima seco e quente durante o dia (no Vale, todas as nossas noites
foram de tempo muito frio e recepção calorosa) com um céu tinto de
azul, céu habitado por uma legião de diferentes gaviões, todos ali
sobrevoando a cidade e seu mercado...
Nossas apresentações foram meio tumultuadas, haveria um show gospel
num mega palco bem em frente e tudo teve que ser muito "cronométrico".
Mas, mesmo assim, no fim, como toda boa surpresa, que para ser
surpresa tem que vir de onde nunca se espera, a nossa veio de lá
mesmo onde o trabalho tem que chegar: do público, que foi super
caloroso e respondeu ao trabalho, principalmente o espetáculo da noite
com grande intensidade.
Valeu, Itamarandiba, pedra miúda, pedregulho do qual sempre pode
aparecer uma gema rara!
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