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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Itamarandiba - terra dos cavaleiros

Estivemos no dia 19 de junho.
Cidade que inspirou uma bela canção do Milton Nascimento, Itamarandiba
tem uma "força estranha", só para citar mais uma canção de outro
grande mestre da MPB.

Quem chega como a gente chegou e vai direto ali à Praça dos
Agricultores, atrás do Mercado Municipal onde a gente iria se
apresentar, talvez sinta essa força com maior intensidade.

Principalmente se chega com o olhar meio desavisado, querendo
encontrar belezas que são mais óbvias ou mais encontráveis em outros
lugares, com sede e fome de turista. Aí tem que sair um pouco mais
para ver, por exemplo, o belo conjunto arquitetônico em torno ao
sobrado da antiga prefeitura, com outros casarões e a singela
igrejinha colonial e as várias outras casas do tempo das minas que se
incrustam entre outras modernas.

No entanto, a força maior vem de uma atmosfera sertaneja (no melhor
sentido da palavra: ali vi, num relance - e num delírio - Riobaldo
Tatarana comprando laranjas no mercado para Diadorim) que a cidade
tem. Havia por todo lado cavalos e cavaleiros e "cavalgadas" (um
costume que a gente viu em muitas outras cidades, uma espécie de
torneio e cortejo equestre, como as cavalhadas). Aliás, outra coisa que
deu para perceber de forma muito presente eram as "festas dos
ausentes", em quase todas as cidades havia divulgação de alguma. A
"Festa do Capelinhense Ausente", por exemplo, tinha um cartaz muito
expressivo: uma foto de uma toalha de mesa de um café da manhã em que
faltava um xícara, simbolizada por uma marca que o tempo havia
deixado. Representa a paixão que este povo do Vale tem com sua terra e
a vontade de retornar, sempre que pode. Muito bonito....

O clima seco e quente durante o dia (no Vale, todas as nossas noites
foram de tempo muito frio e recepção calorosa) com um céu tinto de
azul, céu habitado por uma legião de diferentes gaviões, todos ali
sobrevoando a cidade e seu mercado...

Nossas apresentações foram meio tumultuadas, haveria um show gospel
num mega palco bem em frente e tudo teve que ser muito "cronométrico".

Mas, mesmo assim, no fim, como toda boa surpresa, que para ser
surpresa tem que vir de onde nunca se espera, a nossa veio de lá
mesmo onde o trabalho tem que chegar: do público, que foi super
caloroso e respondeu ao trabalho, principalmente o espetáculo da noite
com grande intensidade.

Valeu, Itamarandiba, pedra miúda, pedregulho do qual sempre pode
aparecer uma gema rara!







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