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sábado, 4 de setembro de 2010

Tocantins - segundo tempo

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Iniciamos, então, uma segunda etapa do nosso trabalho aqui no Tocantins, dessa vez com as cidades relacionadas ao lago formado pela Usina Hidrelétrica Peixe Angical no Rio Tocantins, que fica localizada nos municípios de Peixe e São Salvador do Tocantins.

Nossa primeira cidade atendida foi Gurupi, cidade bastante desenvolvida e na qual a presença de estudantes universitários é bem visível, principalmente aqueles que se dedicam às ciências médicas, cujos jalecos e roupas brancas a gente vê à distância. Além disso, a gente também percebe sua alegria e festividade através de sua presença jovial nos bares da cidade e nos cartazes de festas regulares que eles realizam por lá.

Nossa apresentação em Gurupi foi no dia 23 de agosto e a gente contou com uma plateia especialmente receptiva ao que a peça do “Asno” tem de capacidade de provocar risadas (ao lado de ser um texto muito crítico e inteligente).

Daí fomos para a encantadora cidade de Peixe. No dia 25 nos apresentamos lá e, um dos maiores prazeres, além de estarmos num espaço aconchegante e especialmente propício ao interior (me refiro inclusive ao interior do nosso coração), na Praça da Igreja da Nossa Senhora da Abadia, bem, um dos nossos maiores prazeres era sair nos momentos de intervalo e literalmente dar um pulo no rio, que passava ali de forma bela e refrescante.

Aliás, calor aqui é o que não falta. E é bom lembrar que a gente teve uma sorte de estar lá em Peixe no dia do início dos festejos da santa padroeira que dá nome à igreja e presenciar um belo encontro de folias em seu louvor.

Aliás, cultura popular aqui também é o que não falta. Em muitas das cidades por onde passamos, era possível ver cartazes anunciando festas em louvor de diferentes padroeiros, com um vasto calendário durante o ano.

Outra característica constante na região é a presença frondosa de cajueiros, mangueiras e buritis.

Em São Valério da Natividade, para onde fomos em seguida e nos apresentamos no dia 27, também se aguardava a “chuva do caju” para ajudar a amadurecê-los ainda mais. Este é o nome que recebem as primeiras chuvas ocorridas após o período seco e que coincidem com a época em que os cajueiros estão com os frutos em início da fase de desenvolvimento. Lá tivemos mais uma vez um público caloroso e um belo por do sol coroando nossas apresentações, o que tem sido comum por aqui.

Dali fomos para Paranã. Além de um patrimônio arquitetônico muito peculiar e pitoresco e um bonito encontro de águas formado pelos rios Palmas e Paranã, a cidade também respira tradições e transpira árvores frutíferas. Nossa apresentação lá se deu no dia 30 de agosto, com um público especialmente receptivo e caloroso e mais uma vez com a proximidade das águas do rios e com as possibilidades dos banhos refrescantes nelas.

São Salvador do Tocantins, para onde fomos nos apresentar já no dia seguinte, nos reservou um encerramento bastante especial para a temporada. Com a estrutura toda montada ali, entre a prefeitura e o Centro de Cultura e Lazer, a alguns quarteirões da bela igreja de Sant'Anna com sua torre do sino muito pitoresca e uma presença muito especial do público da cidade, em particular com apresentações de crianças mostrando tradições locais como a dança da súcia e os cantos das folias e, acima de tudo, demonstrando como é que essas tradições se mantêm vivas. Que é justamente através de sua transmissão dos mestres para os mais novos, para que a mantenham sempre em constante transformação e recriação. Assim que a cultura vive.
E é um grande prazer fazer parte disso.