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sábado, 20 de novembro de 2010

12 DIAS DE PROGRAMAÇÃO EM SANTOS

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Depois de circular por 35 cidades brasileiras e já ter sido apresentado para mais de 120 mil espectadores, o projeto chega a Santos no próximo final de semana (a partir do dia 19) para atividades gratuitas em quatro bairros da cidade.

Um contêiner que leva arte, cultura e diversão para pessoas que não estão acostumadas a receber este tipo de manifestação. Esta é a proposta do projeto Teatro a Bordo que chega a Santos no dia 19 de novembro para quatro finais de semana de apresentações. A organização espera atingir 20 mil pessoas que terão a oportunidade de conferir as 48 atividades em doze dias de espetáculos gratuitos na Praça da Paz (Zona Noroeste), Conjunto dos Estivadores na Vila São Jorge, Morro Nova Cintra e Emissário Submarino.

Para Santos, a equipe do Teatro a Bordo preparou uma série de novidades, como conta Talita Berthi, idealizadora e produtora do projeto: “Estamos com uma nova programação. Com a direção de Ednaldo Freire, formamos o Grupo de Teatro a Bordo, em parceria com a Cia Arueiras do Brasil para a montagem de ‘Mais quero Asno que me carregue, que Cavalo que me derrube’, do dramaturgo santista Carlos Alberto Soffredini (1939 – 2001). O espetáculo foi montado exclusivamente para ser encenado no contêiner do projeto”.

Além da homenagem a Soffredini, a iniciativa contará com sessões de contação de histórias; os espetáculos infantis “A Centopeia Judite” (já adaptado e filmado para a TV Cultura, no Programa Teatro Ra Tim Bum) e “A Água que fugiu do Lago” do repertório da Cia. Arueiras do Brasil, o espetáculo “Bufonarias II” da Trupe Olho da Rua, além de exibição de curtas-metragens e apresentações musicais. (confira a programação completa na tabela abaixo).

Em 2010, o projeto passou por 35 cidades nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e Tocantins, tendo alcançado mais de 120 mil pessoas. Em Santos, o Teatro a Bordo contará com a participação dos grupos Cia Arueiras do Brasil, Trupe Olho da Rua, Jorge Lampa e Adriana Napoli, além de músicos locais especialmente convidados para a programação. A iniciativa é uma realização da BERTHI Produção e Arte e conta com o patrocínio da EDP Bandeirante e apoio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura, Prefeitura de Santos e Secretaria Municipal de Cultura.

O apoio ao desenvolvimento do projeto Teatro a Bordo faz parte da política da EDP de investimento à cultura. “Além de promover o acesso a manifestações culturais das comunidades locais onde a Companhia atua, a proposta do Grupo é privilegiar o patrimônio cultural e os valores nacionais. Desta forma, apóia projetos culturais de qualidade e o desenvolvimento da produção artística nacional, com incentivo à formação de novos artistas”, explica António Pita de Abreu, diretor-presidente da EDP no Brasil.

Projeto Teatro a Bordo
Com nove metros de comprimento e seis de largura, o contêiner do Teatro a Bordo foi criado em 2007 na Baixada Santista para servir como palco e baú no transporte dos cenários e equipamentos de iluminação e som. Depois de estacionado, um dos lados do contêiner se abre e vira um tablado. O transporte é feito por um caminhão, que leva a estrutura aos locais públicos onde acontecerão as apresentações em cada cidade. A arte do projeto e a cenografia são assinadas por Lia Renha, responsável pela direção de arte de minisséries como “O Auto da Compadecida” e “Hoje é dia de Maria”, e pelo cenário de filmes como “Tieta do Agreste” e “Caramuru – a Invenção do Brasil”.

“Tivemos a ideia de montar um palco dentro de um contêiner para valorizar a ligação com o mar e com o porto, além de ser um objeto de trocas entre os povos, símbolo marcante da paisagem da região da Baixada Santista. Com o teatro móvel conseguimos levar as mais diversas formas de expressão artística para bairros e localidades distantes e carentes de eventos e aparelhos culturais, democratizando e descentralizando o acesso à cultura”, diz Talita.


PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Local: Praça da Paz - Zona Noroeste
19 de Novembro – Sexta
15h - Teatro Infantil: “A Centopeia Judite”
16h - Contação de Histórias: “O Colecionador de Histórias”
19h - Cinema: Curtas Metragens
20h - Teatro: “Mais Quero Asno que Me Carregue, que Cavalo que me Derrube”

20 de Novembro - Sábado
15h - Música Popular Instrumental
16h - Teatro Infantil: “A Água que Fugiu do Lago”
19h - Cinema: Curtas Metragens
20h - Roda de Poesia e Cantoria com Jorge Lampa

21 de Novembro – Domingo
15h - Teatro Infantil: “A Centopeia Judite”
16h - Contação de Histórias: “O Colecionador de Histórias”
17h - Música Popular Instrumental
18h - Música Popular Instrumental
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Local: Conjunto Dos Estivadores – Praça Eng. Luiz Prestes Maia na Vila São Jorge
26 de Novembro – Sexta
15h - Contação de Histórias: “O Colecionador de Histórias”
16h – Teatro: “Bufonarias II”
19h - Cinema: Curtas Metragens
20h - Teatro: “Mais Quero Asno que Me Carregue, que Cavalo que me Derrube”

27 de Novembro - Sábado
15h - Música Popular Instrumental
16h - Teatro Infantil: “A Água que Fugiu do Lago”
19h - Cinema: Curtas Metragens
20h – Teatro: “Bufonarias II”

28 de Novembro - Domingo
15h - Música Popular Instrumental
16h - Contação de Histórias: “O Colecionador de Histórias”
17h - Música Popular Instrumental
18h Roda de Poesia e Cantoria Com Jorge Lampa
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Local: Morro Da Nova Cintra – Praça Guadalajara
03 de Dezembro – Sexta
15h - Teatro Infantil: “A Centopeia Judite”
16h - Contação de Histórias: “O Colecionador de Histórias”
19h - Cinema: Curtas Metragens
20h - Teatro: “Mais Quero Asno que Me Carregue, que Cavalo que me Derrube”

04 de Dezembro – Sábado
15h - Música Instrumental
16h – Teatro: “Bufonarias II”
19h - Cinema: Curtas Metragens
20h - Teatro: “Mais Quero Asno que Me Carregue, que Cavalo que me Derrube”

05 de Dezembro – Domingo
15h - Teatro Infantil: “A Água que Fugiu do Lago”
16h - Contação de Histórias: “O Colecionador de Histórias”
17h - Música Popular Instrumental
18h - Roda de Poesia e Cantoria com Jorge Lampa
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Local: Parque Municipal Roberto Mário Santini - Emissário Submarino
09 de Dezembro - Quinta
15h - Música Popular Instrumental
16h - Teatro Infantil: “A Água que Fugiu do Lago”
19h - Cinema: Curtas Metragens
20h – Roda de Poesia e Cantoria com Jorge Lampa

10 de Dezembro - Sexta
15h - Música Popular Instrumental
16h - Teatro Infantil: “A Centopeia Judite”
19h - Música Popular Instrumental
20h - Teatro: “Mais Quero Asno que Me Carregue, que Cavalo que me Derrube”

11 de Dezembro - Sábado
15h - Contação de Histórias: “O Colecionador de Histórias”
16h - Teatro: “Bufonarias II”
19h - Música Popular Instrumental
20h - Teatro: “Mais Quero Asno que Me Carregue, que Cavalo que me Derrube”


Mais informações para a imprensa: Lu Fernandes Comunicação e Imprensa, com Leonardo Neto (leonardo@lufernandes.com.br) ou Ivani Cardoso (ivanicardoso@lufernandes.com.br), pelo telefone (11) 3814-4600.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Teatro a Bordo em Santos

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Depois de circular por 35 cidades entre 5 estados brasileiros, finalmente vamos apresentar em casa!!
Com patrocínio de EDP Bandeirante e apoio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, realizaremos 48 atividades artísticas, entre teatro, música, cinema e contação de histórias, com acesso gratuito.
Além do nosso espetáculo “Mais quero asno que me carregue, que cavalo que me derrube” de Carlos Alberto Soffredini e direção de Ednaldo Freire, nossos amigos da Trupe Olho da Rua e da Cia Arueiras do Brasil também estarão se apresentando no projeto com seus espetáculos.

Segue a divulgação da primeira semana de apresentações:

PRAÇA DA PAZ - ZONA NOROESTE - SANTOS/SP


sábado, 9 de outubro de 2010

Bons ventos sopram...

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Amigos, é com muita alegria que estamos fechando nosso novo cronograma de apresentações!!Em breve será publicada nossa nova agenda..!

sábado, 4 de setembro de 2010

Tocantins - segundo tempo

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Iniciamos, então, uma segunda etapa do nosso trabalho aqui no Tocantins, dessa vez com as cidades relacionadas ao lago formado pela Usina Hidrelétrica Peixe Angical no Rio Tocantins, que fica localizada nos municípios de Peixe e São Salvador do Tocantins.

Nossa primeira cidade atendida foi Gurupi, cidade bastante desenvolvida e na qual a presença de estudantes universitários é bem visível, principalmente aqueles que se dedicam às ciências médicas, cujos jalecos e roupas brancas a gente vê à distância. Além disso, a gente também percebe sua alegria e festividade através de sua presença jovial nos bares da cidade e nos cartazes de festas regulares que eles realizam por lá.

Nossa apresentação em Gurupi foi no dia 23 de agosto e a gente contou com uma plateia especialmente receptiva ao que a peça do “Asno” tem de capacidade de provocar risadas (ao lado de ser um texto muito crítico e inteligente).

Daí fomos para a encantadora cidade de Peixe. No dia 25 nos apresentamos lá e, um dos maiores prazeres, além de estarmos num espaço aconchegante e especialmente propício ao interior (me refiro inclusive ao interior do nosso coração), na Praça da Igreja da Nossa Senhora da Abadia, bem, um dos nossos maiores prazeres era sair nos momentos de intervalo e literalmente dar um pulo no rio, que passava ali de forma bela e refrescante.

Aliás, calor aqui é o que não falta. E é bom lembrar que a gente teve uma sorte de estar lá em Peixe no dia do início dos festejos da santa padroeira que dá nome à igreja e presenciar um belo encontro de folias em seu louvor.

Aliás, cultura popular aqui também é o que não falta. Em muitas das cidades por onde passamos, era possível ver cartazes anunciando festas em louvor de diferentes padroeiros, com um vasto calendário durante o ano.

Outra característica constante na região é a presença frondosa de cajueiros, mangueiras e buritis.

Em São Valério da Natividade, para onde fomos em seguida e nos apresentamos no dia 27, também se aguardava a “chuva do caju” para ajudar a amadurecê-los ainda mais. Este é o nome que recebem as primeiras chuvas ocorridas após o período seco e que coincidem com a época em que os cajueiros estão com os frutos em início da fase de desenvolvimento. Lá tivemos mais uma vez um público caloroso e um belo por do sol coroando nossas apresentações, o que tem sido comum por aqui.

Dali fomos para Paranã. Além de um patrimônio arquitetônico muito peculiar e pitoresco e um bonito encontro de águas formado pelos rios Palmas e Paranã, a cidade também respira tradições e transpira árvores frutíferas. Nossa apresentação lá se deu no dia 30 de agosto, com um público especialmente receptivo e caloroso e mais uma vez com a proximidade das águas do rios e com as possibilidades dos banhos refrescantes nelas.

São Salvador do Tocantins, para onde fomos nos apresentar já no dia seguinte, nos reservou um encerramento bastante especial para a temporada. Com a estrutura toda montada ali, entre a prefeitura e o Centro de Cultura e Lazer, a alguns quarteirões da bela igreja de Sant'Anna com sua torre do sino muito pitoresca e uma presença muito especial do público da cidade, em particular com apresentações de crianças mostrando tradições locais como a dança da súcia e os cantos das folias e, acima de tudo, demonstrando como é que essas tradições se mantêm vivas. Que é justamente através de sua transmissão dos mestres para os mais novos, para que a mantenham sempre em constante transformação e recriação. Assim que a cultura vive.
E é um grande prazer fazer parte disso.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tocantins - Olha a gente na estrada outra vez!

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Sendo o estado mais “moço” do Brasil (sua emancipação se deu na ocasião da Constituição de 1988), o Tocantins guarda muitos encantos dessa sua “juventude”. Um deles é uma natureza exuberante e a vastidão dos espaços, muito bem representadas pelo rio que dá nome e corta ao meio o estado inteiro (e vai se juntar lá na frente ao igualmente imponente Araguaia e depois desaguam na foz do Amazonas: é água, hem!). Para quem vem de rios que nada mais são que esgotos a céu aberto, a primeira boa sensação é a do mergulho. E tem para todos os gostos.

Começo pelo primeiro contato que tivemos, que foi com Palmas, a capital do estado, toda apontando para planos de puxar o desenvolvimento do estado com sua mocidade e seu potencial.

Lá, nos apresentamos no dia 06 de agosto no distrito de Luzimangues (que, apesar da proximidade geográfica pertence politicamente a Porto Nacional) e dia 08 junto a uma simpática feira de artesanato, onde uma beleza natural da região saltou ao olhos, que é o capim-dourado, vegetal que o povo usa para fazer vários adereços e utensílios (lindo, por sinal e dourado mesmo!).

Alíás, falando em povo, que povo simpático! Gostam de uma boa prosa, como nossos outros conterrâneos mineiros e goianos e muitos mais. E aqui, a mistura é muito patente, todo mundo inclusive fala disso, que tem gente do Brasil inteiro por aqui, o que dá uma interessante mistura de sotaques.

Em 10 de agosto, fomos para Lajeado, lá onde fica a barragem da usina hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães, que gera bastante energia para o estado. Vale lembrar, que todas essas primeiras apresentações fazem parte do aniversário do lago da represa, que foi concluída em 2001.

No dia 12 deste agosto seco e cheio de queimadas por aqui (uma mistura da vocação do cerrado para o fogo com a irresponsabilidade e vandalismo de alguns...), fomos para Tocantínia, que possui 75% de seu território como área indígena, da etnia Xerente. A presença na população da cidade é marcante e a gente sente que está num Brasil muito especial. Mais banho de rio, aqui sentindo sua gostosa e leve correnteza e imaginando como já serviu de “auto-estrada”, inclusive para o comércio entre a região e outras afastadas, como a do Belém do Pará.

Atravessando para o lado de cá do rio, nos apresentamos em Miracema do Tocantins (13/08), que foi originalmente a capital, até a transferência para Palmas.

Em 16 e 18 de agosto, pudemos viver por uns momentos a vida do “interiorzão” do estado em duas cidades muito aconchegantes e acolhedoras, respectivamente Brejinho de Nazaré e Ipueiras. Além de uma fauna estonteante (principalmente de aves: araras, “passo-pretos”, muitos gaviões diferentes, emas...) a gente pode estar próximo da cultura popular local, principalmente da dança da “súcia” ou “suça”, conforme a variação da pronúncia local. É uma dança que guarda uma certa semelhança com o carimbó paraense e com o cacuriá maranhense, mas com um sabor e uma alegria muito próprios e característicos. Em Ipueiras, principalmente, há muitas manifestações interessantes, como as saídas dos congos.

Encerramos essa primeira etapa em Porto Nacional, onde nossas duas apresentações (dias 20 e 21 de agosto) foram coroadas por um público surpreendente, em quantidade e qualidade. Talvez o maior para o qual nos apresentamos, em termos absolutos e relativos (considerando proporcionalmente o tamanho e a população de cada cidade), mas certamente um público muito acolhedor e vibrante, o que a gente pode conferir através do carinho e da receptividade que os espetáculos tiveram, principalmente o “Asno”, e dos abraços que a gente recebeu depois da apresentação, inclusive de crianças encantadoras, na sua simplicidade e simpatia.

É isso, e vamos para o “segundo tempo” que tem muito mais Tocantins ainda. Oba!





Bom dia Tocantins

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Assistam a matéria feita pelo jornal Bom Dia Tocantins na cidade de Lajeado:

sábado, 14 de agosto de 2010

A Bordo em Tocantins

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Estaremos a Bordo pelo Tocantins entre os dias 6 a 31 de agosto. Confira a programação e se estiver por aqui se programe e embarque conosco...:

06 de agosto: Porto Nacional, Distrito de Luzimangues
08 de agosto: Palmas
10 de agosto: Lajeado
12 de agosto: Tocantínia
13 de agosto: Miracema do Tocantins
16 de agosto: Brejinho de Nazaré
18 de agosto: Ipueiras
20 e 21 de agosto: Porto Nacional

23 de agosto: Gurupi
25 de agosto: Peixe
27 de agosto: São Valério da Natividade
30 de agosto: Paranã
31 de agosto: São Salvador do Tocantins

Logo logo um pouquinho sobre cada passagem do Teatro a Bordo nessas quentes, acolhedoras e lindas cidades do norte do Brasil.

Espírito Santo - O Rio, os Morros e o pequeno Cachoeiro que cresceu

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Estivemos no estado do Espírito Santo entre os dias 29 de junho a 6 de julho, passando pelas cidade de Pinheiros, Barra de São Francisco e Cachoeiro de Itapemerim.

A paisagem já é surpreendente logo na chegada do estado (vindo do sul da Bahia, região onde terminamos o circuito MG/BA), muitos morros, uma vegetação diferente pelo clima árido porém muito interessante e agradável.

Em Cachoeiro de Itapemerim, cidade em que terminamos o circuito, a mesma chama atenção pelo porte (o pequeno Cachoeiro da canção de Raul Sampaio, tornada famosa pelo ilustre filho da cidade, cresceu muito e é um polo da região sul capixaba) mas também por belezas naturais, que conserva em meio a algumas mazelas comuns a várias cidades do nosso país que crescem, talvez demais, talvez rápido demais.

Entre elas, os maus-tratos aos rios e outras fontes de água, como o que em Cachoeiro corre cortando a cidade e assistindo sua correria diária. Gente que usa trajeto para manter a forma ou simplesmente correr para o trabalho e os estudos...

Um belo rio, largo, com corredeiras e, em alguns trechos, com pescadores arriscando uma fisgada ou um lançamento de tarrafa.

Além disso, a natureza nos vigia ali o tempo todo através do onipresente dedo de granito em riste da Pedra do Itabira. Aliás, região de belos picos e visuais recompensadores, novamente a hospitalidade local nos brindou, desta vez com um passeio inesquecível ao lindo Morro do Frade com uma paisagem impressionante.

Mas, voltando ao rio Itapemirim, numa caminhada por sua beira, de repente aparece uma pequena ilha com um esfuziante ninhal, repleto de garças e explicando as revoadas destas e outras suas aparentadas aves (o rio mostra vários biguás, frangos d'água e outros) além das matas e montanhas no entorno que devem abrigar muitas delas.

Caminhando ainda um pouco mais, deparamos com a casa dos Braga, onde nasceu e teve ali seus primeiros anos de vida aquele que abraçou com firmeza o gênero literário da crônica e se tornou um dos seus maiores autores: Rubem Braga. A cidade é, com muita justiça poética, repleta de referências (nomes de logradouros, etc.) a ele e coberta por placas com trechos de suas obras, o que é ótimo, pois além do do rio e do morro a gente tem uma pausa a mais para a alma no meio do dia-a-dia, a cada momento, lendo (e ficando com vontade de ler mais) de suas inspiradas crônicas.

Não podemos deixar de falar de outro Braga ilustre, embora não tenha parentesco com o escritor, é também dali de Cachoeiro o “Rei” Roberto Carlos. Lá a gente pode conferir a Casa de Cultura com seu nome onde ele passou seus primeiros anos de vida e que abriga um pequeno museu em sua homenagem. Vale a pena dar mais uns passos e conferir o museu ferroviário, mantido heroicamente na antiga estação de Cachoeiro.

Bem, entre reis da jovem-guarda e da crônica e rios que merecem só água limpa e a pedra indicando claramente que somos apenas “poeira de estrelas” perto de tanto granito, encerramos nossa turnê mineiro-baiano-capixaba e vamos recarregar as baterias para a próxima!

Até Tocantins...







segunda-feira, 12 de julho de 2010

Caravelas – a força da natureza e da cultura

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Vai ser preciso ser econômico com as palavras para contar o jorro de cultura, história e natureza que nos atingiu na cidade de Caravelas, onde estivemos em 26 e 27 de junho.

O dia 26 foi quando tivemos o prazer de conhecer pessoalmente a Ponta de Areia, meio mítica para os “MPBnômanos” que ficaram por muito tempo ouvindo mentalmente a voz (que segundo Elis seria a de Deus, se Este cantasse) de Milton Nascimento entoando: “Ponta de Areia, ponto final da Bahia-Minas, estrada natural...”.

Pois é assim mesmo, ou se preferir “Estrada de Ferro Bahia – Minas” que fez parte da história do município de Caravelas entre os anos de 1881 e 1966, quando foi extinta por um decreto presidencial. E é o que ficamos sabendo pelo belo livro “Relatos Históricos de Caravelas (desde o século XVI)”, de Benedito Pereira Ralile, Carlos Benedito de Souza e Scheilla Franca de Souza; um importante relato histórico desde pedaço do país e de sua memória que conhecemos lá. Memória de mais um dos “surtos febris” do nosso desenvolvimento, que quando passam (como passou a cana, o cacau, o ouro, o café, etc., não necessariamente nessa ordem...) deixam rastros de antigas opulências e abandono. No caso de Ponta de Areia e Minas o surto era de madeiras nobres, segundo nos contaram.

Mas, lá em Caravelas e em Ponta de Areia a história continua, história de gente viva e linda. Como são lindas as meninas e meninos do grupo UmbandaUm, que se apresentou como convidado local. Lindas porque é lindo seu trabalho que poeticamente afirma a dignidade da mulher em geral, da mulher negra e baiana em especial. Lindo porque as vozes e as músicas soam com a vibração da verdade do que expressam no seu espetáculo “Mulheres”.

Lá em Caravelas, onde conhecemos gente muito bacana e atuante da Secretaria de Cultura, história e memória e cultura viva, então, andam de braços dados com uma natureza extasiante.

Neste ponto é bom lembrar do Arquipélago de Abrolhos, com suas baleias cuja população vem crescendo, depois que a mortandade foi proibida (convém ressaltar que tem gente que já quer voltar com os arpões apontados para aquela festa de vitalidade gigantesca). São muitas jubarte que vão para lá para sua estação de amor e perpetuação da espécie e também um bocado de corais e aves e muitas espécies que têm ali seu santuário. O turista, o visitante, ao vê-los, fica convidado a se posicionar em favor desses habitantes e de sua radical preservação ao vê-los tão exuberantemente belos. Caravelas é o ponto de acesso mais próximo para o arquipélago.

Além disso, outros importantes trabalhos ambientais vêm sendo feitos por instituições como o Projeto Manguezal CEPENE/Ibama, que, como o nome já diz, busca a preservação desse importante tipo de ecossistema, que é uma espécie de “berçário natural” de muitas espécies marinhas, inclusive as de Abrolhos.

Portanto, nossa estada em Caravelas foi um “banho” de história, cultura e natureza.

A proverbial hospitalidade baiana nos legou também um delicioso jantar com o pessoal do grupo UmbandaUm onde pudemos ainda conhecer um músico muito jovem e muito talentoso chamado Netinho, numa informal “roda de violão”, somando seu nome aos talentos em “estado bruto” que temos encontrado por nossos caminhos.

Então, mandamos nosso abraço para a turma toda de lá, ao Jorge “Dó” Galdino, a Anne, Itamar, Mãinha e todo o povo do grupo, ao Netinho que esperamos em breve ouvir com suas composições cheias de harmonia e suíngue. Se possível fosse, gostaríamos de abraçar as baleias também.

Podemos abraçar a idéia de salvá-las com seus amigos corais e peixes e atobás e outros.





terça-feira, 6 de julho de 2010

Alcobaça – Matrizes do Brasil

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Estávamos em Alcobaça, sul da Bahia, no dia 25 de junho, para mais um dia de apresentações do Teatro a Bordo.

A cidade, homônima de uma cidade portuguesa, como a sua “xará” lusitana guarda um bocado de história, que diz muito respeito à nossa infância como país, período em que a Bahia e o que viria a ser o Brasil eram divididos em capitanias formando a América Portuguesa.

A Alcobaça baiana tem belas praias, é, juntamente com Caravelas e Prado, um ponto de fuga para o belo Abrolhos.

Chegamos e fomos para o local das apresentações, a Praça da Caixa d`Água, uma das praças centrais da cidade e que abriga o reservatório que garante a distribuição de água potável e acolhe também as festas, festivais e carnavais que acontecem na cidade.

Nesse meio tempo, em umas voltas pela cidade, pudemos ver os casarões históricos que contam, pela arquitetura, aquela história toda.

Como os dois imponentes sobrados que se defrontam desde o século XIX; um deles o sobrado construído pelo major Izidro Pedro do Nascimento (1846-1923) e que hoje cumpre a função de casa paroquial e residência de religiosos.

O outro é o sobrado da família Medeiros, cujo antigo porão guarda a memória dos tempos vis da escravidão, quando servia de senzala.

Há vários e belos outros casarões ou construções menores, em variados estados de conservação.

Mas um patrimônio imaterial muito presente na cidade e na região são as tradições populares e suas festas. Embora não tivéssemos tido como conhecer a fundo (até porque o tempo não permitiu), ficamos sabendo das marujadas, cavalhadas, brincadeiras de cristãos e mouros, da Festa de São Sebastião às margens do Rio Itanhém, dos folguedos de Reis, brincadeiras de pastoras e ternos de boi.

A Festa de São Pedro nós pegamos, já nos moldes de festa moderna, com forrós eletrônicos e equipamentos pesados de som. Mas a diversão remetia à alegria das festas dos junhos de sempre, nessa versão “atualizada”.

Agora, o local onde acontecia tal festa era encantador, parecendo quase um cenário, uma vila cenográfica. Mas tudo lá é “de vera”, com gente morando nas pequenas casas de vilarejo acolhedor, usando os barcos ancorados no entorno para a pesca e rezando na singela capelinha de São Pedro que dava o mote ao festejo. De repente, no meio de déjà vus, pisadinhas e até uns pés-de-serra, lá estavam eles nos olhando dançar: Pedro, João e Antônio.

A gente vê que o Brasil e suas memórias estão nos lugares mais inesperados e surpreendentes, não? Basta tirar o olhar do óbvio.

Falando em surpresa (pois a gente sempre fica na expectativa de como as platéias vão receber o trabalho e quem entra achando que já ganhou...), a recepção do público de Alcobaça foi ótima, calorosa e com aquele bom-humor nos comentários que só a Bahia sabe fazer no tempero certo.

Axé, até a volta e valeu, Alcobaça.






Prado – Bahia que não me sai do pensamento...

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Chegamos no dia 23 de junho no Estado da Bahia, para realizar o projeto Teatro a Bordo no dia 24, logo tivemos um dia de folga no paraíso chamado Prado.

Então, antes de falarmos como foram as apresentações falaremos como foi o nosso tão merecido dia de folga, afinal ninguém é de ferro. A trupe que é praiana (da Baixada Santista, Litoral Sul de São Paulo) não gostou nada de ver aquela maravilhosa praia na frente do hotel em que ficamos... que chato! Logo que chegamos fomos muito bem recebidos pelos baianos que nos prepararam a beira mar uma deliciosa muqueca baiana, bem quente (apimentada). Assistimos dois belos espetáculos: o por do sol e a chegada deslumbrante da lua. E quando anoiteceu, fizemos um delicioso churrasco caseiro na área de lazer do hotel, recarregando completamente as nossas baterias.

E o que mais impressionou nestes dois dias em que passamos em Prado foi a beleza natural dessa cidade... As praias são maravilhosas e como já disse o por do sol é espetacular e com certeza esse hino não foi feito sem inspiração:

Quem pisar as areias de Prado
e fitar os seus bosques em flor
há de certo ficar deslumbrado
ante o seu natural esplendor.


Liberal, opulenta e sadia
tão modesta quão bela e gentil
Prado é bem um jardim da Bahia
um recanto ideal do Brasil.


O seu filho patriota integra
donas guerreiras falanges do norte
é o orgulho e a confiança de prado
por ser bom, por ser bravo e ser forte.


Seja embora a batalha
renhidao pradense valente
estarána defesa da Pátria querida
dos rincões do Chuí ao Pará.


Sobre as apresentações, acho que não é e não seria nenhuma novidade dizer que fomos muito bem recebidos, pois esse povo baiano sabe como tratar bem as pessoas!

Nosso convidado local, o Grupo Raiz Negra deu um show com lindas danças folclóricas e capoeira, mas capoeira de verdade... com aquele batuque e energia peculiar deles.

Foi um banho de energia positiva, trazendo muito “axé” para o nosso projeto!

Vejam as imagens: