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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tocantins - Olha a gente na estrada outra vez!

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Sendo o estado mais “moço” do Brasil (sua emancipação se deu na ocasião da Constituição de 1988), o Tocantins guarda muitos encantos dessa sua “juventude”. Um deles é uma natureza exuberante e a vastidão dos espaços, muito bem representadas pelo rio que dá nome e corta ao meio o estado inteiro (e vai se juntar lá na frente ao igualmente imponente Araguaia e depois desaguam na foz do Amazonas: é água, hem!). Para quem vem de rios que nada mais são que esgotos a céu aberto, a primeira boa sensação é a do mergulho. E tem para todos os gostos.

Começo pelo primeiro contato que tivemos, que foi com Palmas, a capital do estado, toda apontando para planos de puxar o desenvolvimento do estado com sua mocidade e seu potencial.

Lá, nos apresentamos no dia 06 de agosto no distrito de Luzimangues (que, apesar da proximidade geográfica pertence politicamente a Porto Nacional) e dia 08 junto a uma simpática feira de artesanato, onde uma beleza natural da região saltou ao olhos, que é o capim-dourado, vegetal que o povo usa para fazer vários adereços e utensílios (lindo, por sinal e dourado mesmo!).

Alíás, falando em povo, que povo simpático! Gostam de uma boa prosa, como nossos outros conterrâneos mineiros e goianos e muitos mais. E aqui, a mistura é muito patente, todo mundo inclusive fala disso, que tem gente do Brasil inteiro por aqui, o que dá uma interessante mistura de sotaques.

Em 10 de agosto, fomos para Lajeado, lá onde fica a barragem da usina hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães, que gera bastante energia para o estado. Vale lembrar, que todas essas primeiras apresentações fazem parte do aniversário do lago da represa, que foi concluída em 2001.

No dia 12 deste agosto seco e cheio de queimadas por aqui (uma mistura da vocação do cerrado para o fogo com a irresponsabilidade e vandalismo de alguns...), fomos para Tocantínia, que possui 75% de seu território como área indígena, da etnia Xerente. A presença na população da cidade é marcante e a gente sente que está num Brasil muito especial. Mais banho de rio, aqui sentindo sua gostosa e leve correnteza e imaginando como já serviu de “auto-estrada”, inclusive para o comércio entre a região e outras afastadas, como a do Belém do Pará.

Atravessando para o lado de cá do rio, nos apresentamos em Miracema do Tocantins (13/08), que foi originalmente a capital, até a transferência para Palmas.

Em 16 e 18 de agosto, pudemos viver por uns momentos a vida do “interiorzão” do estado em duas cidades muito aconchegantes e acolhedoras, respectivamente Brejinho de Nazaré e Ipueiras. Além de uma fauna estonteante (principalmente de aves: araras, “passo-pretos”, muitos gaviões diferentes, emas...) a gente pode estar próximo da cultura popular local, principalmente da dança da “súcia” ou “suça”, conforme a variação da pronúncia local. É uma dança que guarda uma certa semelhança com o carimbó paraense e com o cacuriá maranhense, mas com um sabor e uma alegria muito próprios e característicos. Em Ipueiras, principalmente, há muitas manifestações interessantes, como as saídas dos congos.

Encerramos essa primeira etapa em Porto Nacional, onde nossas duas apresentações (dias 20 e 21 de agosto) foram coroadas por um público surpreendente, em quantidade e qualidade. Talvez o maior para o qual nos apresentamos, em termos absolutos e relativos (considerando proporcionalmente o tamanho e a população de cada cidade), mas certamente um público muito acolhedor e vibrante, o que a gente pode conferir através do carinho e da receptividade que os espetáculos tiveram, principalmente o “Asno”, e dos abraços que a gente recebeu depois da apresentação, inclusive de crianças encantadoras, na sua simplicidade e simpatia.

É isso, e vamos para o “segundo tempo” que tem muito mais Tocantins ainda. Oba!





Bom dia Tocantins

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Assistam a matéria feita pelo jornal Bom Dia Tocantins na cidade de Lajeado:

sábado, 14 de agosto de 2010

A Bordo em Tocantins

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Estaremos a Bordo pelo Tocantins entre os dias 6 a 31 de agosto. Confira a programação e se estiver por aqui se programe e embarque conosco...:

06 de agosto: Porto Nacional, Distrito de Luzimangues
08 de agosto: Palmas
10 de agosto: Lajeado
12 de agosto: Tocantínia
13 de agosto: Miracema do Tocantins
16 de agosto: Brejinho de Nazaré
18 de agosto: Ipueiras
20 e 21 de agosto: Porto Nacional

23 de agosto: Gurupi
25 de agosto: Peixe
27 de agosto: São Valério da Natividade
30 de agosto: Paranã
31 de agosto: São Salvador do Tocantins

Logo logo um pouquinho sobre cada passagem do Teatro a Bordo nessas quentes, acolhedoras e lindas cidades do norte do Brasil.

Espírito Santo - O Rio, os Morros e o pequeno Cachoeiro que cresceu

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Estivemos no estado do Espírito Santo entre os dias 29 de junho a 6 de julho, passando pelas cidade de Pinheiros, Barra de São Francisco e Cachoeiro de Itapemerim.

A paisagem já é surpreendente logo na chegada do estado (vindo do sul da Bahia, região onde terminamos o circuito MG/BA), muitos morros, uma vegetação diferente pelo clima árido porém muito interessante e agradável.

Em Cachoeiro de Itapemerim, cidade em que terminamos o circuito, a mesma chama atenção pelo porte (o pequeno Cachoeiro da canção de Raul Sampaio, tornada famosa pelo ilustre filho da cidade, cresceu muito e é um polo da região sul capixaba) mas também por belezas naturais, que conserva em meio a algumas mazelas comuns a várias cidades do nosso país que crescem, talvez demais, talvez rápido demais.

Entre elas, os maus-tratos aos rios e outras fontes de água, como o que em Cachoeiro corre cortando a cidade e assistindo sua correria diária. Gente que usa trajeto para manter a forma ou simplesmente correr para o trabalho e os estudos...

Um belo rio, largo, com corredeiras e, em alguns trechos, com pescadores arriscando uma fisgada ou um lançamento de tarrafa.

Além disso, a natureza nos vigia ali o tempo todo através do onipresente dedo de granito em riste da Pedra do Itabira. Aliás, região de belos picos e visuais recompensadores, novamente a hospitalidade local nos brindou, desta vez com um passeio inesquecível ao lindo Morro do Frade com uma paisagem impressionante.

Mas, voltando ao rio Itapemirim, numa caminhada por sua beira, de repente aparece uma pequena ilha com um esfuziante ninhal, repleto de garças e explicando as revoadas destas e outras suas aparentadas aves (o rio mostra vários biguás, frangos d'água e outros) além das matas e montanhas no entorno que devem abrigar muitas delas.

Caminhando ainda um pouco mais, deparamos com a casa dos Braga, onde nasceu e teve ali seus primeiros anos de vida aquele que abraçou com firmeza o gênero literário da crônica e se tornou um dos seus maiores autores: Rubem Braga. A cidade é, com muita justiça poética, repleta de referências (nomes de logradouros, etc.) a ele e coberta por placas com trechos de suas obras, o que é ótimo, pois além do do rio e do morro a gente tem uma pausa a mais para a alma no meio do dia-a-dia, a cada momento, lendo (e ficando com vontade de ler mais) de suas inspiradas crônicas.

Não podemos deixar de falar de outro Braga ilustre, embora não tenha parentesco com o escritor, é também dali de Cachoeiro o “Rei” Roberto Carlos. Lá a gente pode conferir a Casa de Cultura com seu nome onde ele passou seus primeiros anos de vida e que abriga um pequeno museu em sua homenagem. Vale a pena dar mais uns passos e conferir o museu ferroviário, mantido heroicamente na antiga estação de Cachoeiro.

Bem, entre reis da jovem-guarda e da crônica e rios que merecem só água limpa e a pedra indicando claramente que somos apenas “poeira de estrelas” perto de tanto granito, encerramos nossa turnê mineiro-baiano-capixaba e vamos recarregar as baterias para a próxima!

Até Tocantins...