quarta-feira, 30 de junho de 2010
Itamarandiba - terra dos cavaleiros
Postado por Teatro a Bordo às 06:23 0 comentáriosCidade que inspirou uma bela canção do Milton Nascimento, Itamarandiba
tem uma "força estranha", só para citar mais uma canção de outro
grande mestre da MPB.
Quem chega como a gente chegou e vai direto ali à Praça dos
Agricultores, atrás do Mercado Municipal onde a gente iria se
apresentar, talvez sinta essa força com maior intensidade.
Principalmente se chega com o olhar meio desavisado, querendo
encontrar belezas que são mais óbvias ou mais encontráveis em outros
lugares, com sede e fome de turista. Aí tem que sair um pouco mais
para ver, por exemplo, o belo conjunto arquitetônico em torno ao
sobrado da antiga prefeitura, com outros casarões e a singela
igrejinha colonial e as várias outras casas do tempo das minas que se
incrustam entre outras modernas.
No entanto, a força maior vem de uma atmosfera sertaneja (no melhor
sentido da palavra: ali vi, num relance - e num delírio - Riobaldo
Tatarana comprando laranjas no mercado para Diadorim) que a cidade
tem. Havia por todo lado cavalos e cavaleiros e "cavalgadas" (um
costume que a gente viu em muitas outras cidades, uma espécie de
torneio e cortejo equestre, como as cavalhadas). Aliás, outra coisa que
deu para perceber de forma muito presente eram as "festas dos
ausentes", em quase todas as cidades havia divulgação de alguma. A
"Festa do Capelinhense Ausente", por exemplo, tinha um cartaz muito
expressivo: uma foto de uma toalha de mesa de um café da manhã em que
faltava um xícara, simbolizada por uma marca que o tempo havia
deixado. Representa a paixão que este povo do Vale tem com sua terra e
a vontade de retornar, sempre que pode. Muito bonito....
O clima seco e quente durante o dia (no Vale, todas as nossas noites
foram de tempo muito frio e recepção calorosa) com um céu tinto de
azul, céu habitado por uma legião de diferentes gaviões, todos ali
sobrevoando a cidade e seu mercado...
Nossas apresentações foram meio tumultuadas, haveria um show gospel
num mega palco bem em frente e tudo teve que ser muito "cronométrico".
Mas, mesmo assim, no fim, como toda boa surpresa, que para ser
surpresa tem que vir de onde nunca se espera, a nossa veio de lá
mesmo onde o trabalho tem que chegar: do público, que foi super
caloroso e respondeu ao trabalho, principalmente o espetáculo da noite
com grande intensidade.
Valeu, Itamarandiba, pedra miúda, pedregulho do qual sempre pode
aparecer uma gema rara!
Capelinha - onde avistamos a marujada
Postado por Teatro a Bordo às 05:41 0 comentáriosMas gostaria de dar um destaque ao trabalho do grupo que se apresentou
como convidado local.
Trata-se da Banda de Taquara de Santo Antônio do Fanado. Um grupo que
trabalha com as tradições da marujada e que usam as "taquaras",
flautas semelhantes a alguns pifes, não transversais e que dão uma
sonoridade muito característica, somadas aos tambores e a um bastão
com uma espora na ponta, que um dos integrantes do grupo usava para
conduzir os outros, batendo no chão e marcando o tempo e sinalizando o
caminho e os movimentos do grupo.
Gente simples, de uma comunidade rural distante da cidade uns 20 km.,
justamente com nome de Santo Antônio do Fanado (Fanado é um rio de
grande importância na região), fazendo um trabalho árduo de
recuperação das tradições dessa região, inclusive para acompanhar as
festas religiosas do local, como me contou a Sra. Maria Pereira, uma
das lideranças do grupo.
Grupos assim precisam e merecem todo apoio possível.
Vejam algumas imagens da apresentação da Banda de Taquara de Santo
Antônio do Fanado.
sábado, 26 de junho de 2010
Minas Novas - Histórias Antigas
Postado por Teatro a Bordo às 11:36 0 comentáriosCom quase 300 anos de história, esta cidade que foi o maior município do Estado de Minas Gerais, foi fundada pelo bandeirante paulista Leme do Prado, que veio à cata de ouro . Do antigo município foram criados 65 municípios mineiros de hoje, entre os quais podemos citar: Turmalina, Capelinha e Itamarandiba que inclusive são cidades que o Teatro a Bordo passou neste mesmo circuito pela Arcelor Mittal.
Conhecemos muitos lugares lindos como a casa em que residia Domingos de Abreu Vieira que foi Tenente Coronel do Regimento de Cavalaria Auxiliar de Minas Novas, e nesta casa esteve hospedado Joaquim José da Silva Xavier no ano de 1798, o Sobradão de Minas Novas e igreja histórica Nossa Senhora do Amparo que em fevereiro deste ano a igreja foi reaberta após um trabalho de restauração que durou 1 ano e meio.
O belo artesanato da região chamou muito a nossa atenção e também as nossas malas!
Com certeza levaremos em nossa bagagem e em nosso coração essas belas histórias... conheçam um pouco também:
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Turmalina – no Vale, entre flores e pedras preciosas
Postado por Teatro a Bordo às 10:15 0 comentáriosNo entanto, ao lembrar de nossa passagem por uma de nome tão sugestivo: “Turmalina...” é impossível não ficar com vontade de usar e abusar das tais metáforas aí...
Estávamos em Turmalina no dia do primeiro jogo do Brasil e já fomos super calorosamente recebidos pela “Galera da TanTanTan”, um grupo de jovens muito simpáticos e simpáticas. Daí foi só conhecer gente bacana, divertida e interessante que nos fez sentir como é bom fazer parte uma “tchurma” naquela cidade acolhedora.
O convidado local, outra grata surpresa: o grupo UNE , ligado à Casa de Cultura da cidade, que fazem ambos trabalhos muito bacanas. A proposta do grupo é muito interessante pois, além de trabalhar com a preservação das tradições da cultura popular mineira, faz isso de uma forma interativa, que não é sempre que a gente vê acontecer. E de um jeito muito simples e efetivo: pondo o povo todo pra dançar junto. Muito legal.
Já ia me esquecendo: em Turmalina a gente acabou tendo mais proximidade de um costume que também é muito comum em outras cidades: a dos campeonatos de times de futebol dos bairros e sua alegre e barulhenta rivalidade. Isso porque no dia em que chegamos estavam acontecendo as semifinais do campeonato de lá. E também porque no meio das comemorações da vitória do Brasil, acabamos ouvindo muitos gritos de guerra e hinos como: “Pau D'Óóóóóóleo!” e “Rosário! Rosário”, só para citar dois.
Ah, a gente aprendeu pelo caminho todo do Vale uma música muito legal de um compositor local que por lá o pessoal curte muito. Só que lá em Turmalina (como o Brasil acabou ganhando o jogo e mesmo quem não gosta de futebol acaba gostando de ver a alegria dos que gostam) a gente acabou entrando no coro desta canção de Mark Gladston cujo nome é Jequitivale e o refrão é:
“Vale que vale cantar
Vale que vale viver
Vale do Jequitinhonha
Vale eu amo você”
domingo, 20 de junho de 2010
As “Veredas” do Teatro a Bordo
Postado por Teatro a Bordo às 06:26 0 comentáriosE por falar em Veredas, neste circuito de Minas, passamos no dia 14 desse mês de junho, por Veredinha, que antigamente era conhecida como ” Vendinhas”, pelo fato de só haver uma venda, depois o nome mudou para Veredinha, por causa das veredas que existem ao redor da cidade. Um lugar muito acolhedor e especial.
Chegamos na parte da manhã e estava muito frio, mas o sol forte esquentava na medida em que a hora passava, um clima maravilhoso (eitaa Jequitinhonha!!).
Fomos contemplados com o belo coral “Vozes das Veredas”, também conhecido como Coral de Veredinha ou das Meninas de Veredinha, no espaço da programação “Convidado Local”, onde fazemos um intercâmbio cultural com as cidades em que passamos. O Coral já se apresentou no Palácio das Artes (2006), e já participou de diversas edições do Festival Internacional de Corais em Belo Horizonte e também já gravou um CD, intitulado "Um Canto Novo num Cantinho do Vale", no ano de 2005.
E mesmo com o frio das montanhas que estava na parte da noite (que nessa época é normal aqui no Jequitinhonha), a população lotou a Av. Senhora do Socorro na frente do centro cultural, pra ver o cinema e o espetáculo “Mais quero asno que me carregue, que cavalo que me derrube” prova de que o Teatro a Bordo esquenta e espanta o inverno!
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Em Carbonita, tradição e modernidade convivendo em harmonia
Postado por Teatro a Bordo às 19:30 2 comentáriosAs surpresas boas vieram, mais uma vez, de convidados locais muito bacanas. Dessa vez, além da capacidade de cada um dos grupos, o que chamou a atenção foi justamente a mostra das possibilidades de diversidade quando se trata de cultura. Pois os convidados eram dois grupos, um de hip-hop (o DTN) e o outro era o Grupo de Danças Folclóricas Ritmos Mil. Chamou muito a atenção o trabalho de pesquisa de cada um deles, cada um em suas áreas.
Muita habilidade nas acrobacias e coreografias do primeiro grupo e um deleite para os nossos ouvidos com a musicalidade e escolha de repertório muito bacana, ilustrado com danças que traçavam um panorama da nossa cultura popular, com ênfase, é claro, na valorização das culuras locais.
Afinal, nós estamos no musical Estado de Minas Gerais, a não muitos quilômetros de Montes Claros, terra do imortal Zé Coco do Riachão, como muito bem me lembrou o Donizete, percussionista do grupo que tocava uma bela caixa de folia, feita por eles mesmos.
Sucesso aos dois grupos, é o que desejamos muito!
Veja algumas fotos do projeto na cidade: