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sábado, 14 de agosto de 2010

Espírito Santo - O Rio, os Morros e o pequeno Cachoeiro que cresceu

Estivemos no estado do Espírito Santo entre os dias 29 de junho a 6 de julho, passando pelas cidade de Pinheiros, Barra de São Francisco e Cachoeiro de Itapemerim.

A paisagem já é surpreendente logo na chegada do estado (vindo do sul da Bahia, região onde terminamos o circuito MG/BA), muitos morros, uma vegetação diferente pelo clima árido porém muito interessante e agradável.

Em Cachoeiro de Itapemerim, cidade em que terminamos o circuito, a mesma chama atenção pelo porte (o pequeno Cachoeiro da canção de Raul Sampaio, tornada famosa pelo ilustre filho da cidade, cresceu muito e é um polo da região sul capixaba) mas também por belezas naturais, que conserva em meio a algumas mazelas comuns a várias cidades do nosso país que crescem, talvez demais, talvez rápido demais.

Entre elas, os maus-tratos aos rios e outras fontes de água, como o que em Cachoeiro corre cortando a cidade e assistindo sua correria diária. Gente que usa trajeto para manter a forma ou simplesmente correr para o trabalho e os estudos...

Um belo rio, largo, com corredeiras e, em alguns trechos, com pescadores arriscando uma fisgada ou um lançamento de tarrafa.

Além disso, a natureza nos vigia ali o tempo todo através do onipresente dedo de granito em riste da Pedra do Itabira. Aliás, região de belos picos e visuais recompensadores, novamente a hospitalidade local nos brindou, desta vez com um passeio inesquecível ao lindo Morro do Frade com uma paisagem impressionante.

Mas, voltando ao rio Itapemirim, numa caminhada por sua beira, de repente aparece uma pequena ilha com um esfuziante ninhal, repleto de garças e explicando as revoadas destas e outras suas aparentadas aves (o rio mostra vários biguás, frangos d'água e outros) além das matas e montanhas no entorno que devem abrigar muitas delas.

Caminhando ainda um pouco mais, deparamos com a casa dos Braga, onde nasceu e teve ali seus primeiros anos de vida aquele que abraçou com firmeza o gênero literário da crônica e se tornou um dos seus maiores autores: Rubem Braga. A cidade é, com muita justiça poética, repleta de referências (nomes de logradouros, etc.) a ele e coberta por placas com trechos de suas obras, o que é ótimo, pois além do do rio e do morro a gente tem uma pausa a mais para a alma no meio do dia-a-dia, a cada momento, lendo (e ficando com vontade de ler mais) de suas inspiradas crônicas.

Não podemos deixar de falar de outro Braga ilustre, embora não tenha parentesco com o escritor, é também dali de Cachoeiro o “Rei” Roberto Carlos. Lá a gente pode conferir a Casa de Cultura com seu nome onde ele passou seus primeiros anos de vida e que abriga um pequeno museu em sua homenagem. Vale a pena dar mais uns passos e conferir o museu ferroviário, mantido heroicamente na antiga estação de Cachoeiro.

Bem, entre reis da jovem-guarda e da crônica e rios que merecem só água limpa e a pedra indicando claramente que somos apenas “poeira de estrelas” perto de tanto granito, encerramos nossa turnê mineiro-baiano-capixaba e vamos recarregar as baterias para a próxima!

Até Tocantins...







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