A cidade, homônima de uma cidade portuguesa, como a sua “xará” lusitana guarda um bocado de história, que diz muito respeito à nossa infância como país, período em que a Bahia e o que viria a ser o Brasil eram divididos em capitanias formando a América Portuguesa.
A Alcobaça baiana tem belas praias, é, juntamente com Caravelas e Prado, um ponto de fuga para o belo Abrolhos.
Chegamos e fomos para o local das apresentações, a Praça da Caixa d`Água, uma das praças centrais da cidade e que abriga o reservatório que garante a distribuição de água potável e acolhe também as festas, festivais e carnavais que acontecem na cidade.
Nesse meio tempo, em umas voltas pela cidade, pudemos ver os casarões históricos que contam, pela arquitetura, aquela história toda.
Como os dois imponentes sobrados que se defrontam desde o século XIX; um deles o sobrado construído pelo major Izidro Pedro do Nascimento (1846-1923) e que hoje cumpre a função de casa paroquial e residência de religiosos.
O outro é o sobrado da família Medeiros, cujo antigo porão guarda a memória dos tempos vis da escravidão, quando servia de senzala.
Há vários e belos outros casarões ou construções menores, em variados estados de conservação.
Mas um patrimônio imaterial muito presente na cidade e na região são as tradições populares e suas festas. Embora não tivéssemos tido como conhecer a fundo (até porque o tempo não permitiu), ficamos sabendo das marujadas, cavalhadas, brincadeiras de cristãos e mouros, da Festa de São Sebastião às margens do Rio Itanhém, dos folguedos de Reis, brincadeiras de pastoras e ternos de boi.
A Festa de São Pedro nós pegamos, já nos moldes de festa moderna, com forrós eletrônicos e equipamentos pesados de som. Mas a diversão remetia à alegria das festas dos junhos de sempre, nessa versão “atualizada”.
Agora, o local onde acontecia tal festa era encantador, parecendo quase um cenário, uma vila cenográfica. Mas tudo lá é “de vera”, com gente morando nas pequenas casas de vilarejo acolhedor, usando os barcos ancorados no entorno para a pesca e rezando na singela capelinha de São Pedro que dava o mote ao festejo. De repente, no meio de déjà vus, pisadinhas e até uns pés-de-serra, lá estavam eles nos olhando dançar: Pedro, João e Antônio.
A gente vê que o Brasil e suas memórias estão nos lugares mais inesperados e surpreendentes, não? Basta tirar o olhar do óbvio.
Falando em surpresa (pois a gente sempre fica na expectativa de como as platéias vão receber o trabalho e quem entra achando que já ganhou...), a recepção do público de Alcobaça foi ótima, calorosa e com aquele bom-humor nos comentários que só a Bahia sabe fazer no tempero certo.
Axé, até a volta e valeu, Alcobaça.
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